sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Across the seas 3ª parte

(continuação)

Líbia, não há álcool, não há uma discoteca, mesmo que venda só suminho, não há um bar nem um café em que um jovem de 27 anos lave as vistas a apreciar o que de mais belo existe no mundo, o corpo de uma Mulher... As Mulheres na Líbia não frequentam cafés. O café é um direito exclusivo dos homens assim como muitas outras coisas que numa sociedade ocidental nem os mais misóginos se lembram de pôr em causa mas por incrível que pareça as Mulheres conduzem. É difícil perceber a cultura Líbia para com as mulheres. No Livro Verde, escrito pelo próprio Kathafi como sendo a "bíblia" (desculpem a comparação!) política do regime Líbio, a Mulher tem o mesmo lugar na sociedade que o Homem e o seu corpo da guarda pessoal e constituído somente por mulhes mas a pressão da religião vence e o preconceito instala-se. Recordo-me até que foi lá que conheci a assistente de bordo mais bonita da minha companhia e que parava literalmente, parava o corpo e o pensamento, a olhar para ela até ela perguntar "o que foi?", arrancando-me do meu estado de contemplação.

Mas a Líbia inspira na sua rotina e calmia doentía um clima proprício à aproximação das pessoas e dos corpos. Tornei-me próximo de uma mulher na Líbia e não, não era a mesma que contlemplava como quem contlempa um quadro ou uma escultura. Ela era e acho que continua, junta com um outro homem e eu sabia disso. Tudo começou com uma naturalidade como se o que tivesse de acontecer estivesse destinado. Ela sentia-se só e eu também e então algo se tomou de nós e nesse momento deixou de existir outras pessoas, havia apenas os dois. Começou tudo ao contrário... Fomos amantes antes de nos conhecer-mos e ficámos amigos quando a realidade da vida se mostrou com a sua grandiosa dureza a quando de volta à Pátria Mãe. Nessa altura o que era na Líbia desapareceu para dar lugar ao que é cá, ainda tentámos enganar a realidade com "injecções" de ilusão mas não havia nada para salvar aquilo que tinha já morte anunciada à nascença. Não me arrependo... E até recordo com, não com saudade mas com um sorriso na cara, os bons tempos que partilhámos juntos.

(continua)

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