quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Ano Novo

Mais um ano, mais uma mudança no calendário e mais uma promessa de mudança, de algo novo, o desconhecido de 365 dias pela frente.

Relembro o que foi, o que é e imagino o que há-de ser... Relembro momentos com saudade e momentos com dor como quem se confessa para limpar os pecados da consciência e espera que o que há-de vir não os traga de volta...

Gullukig Nieuw Jaar! Feliz Ano Novo! Frohes Neues Jahr! S Novim Godom!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

A incessante insatisfação do ser

Vivemos em função do quê? Vivemos em função de uma incessante insatisfação do ser, cada objectivo conquistado leva a outro objectivo, sem esse objectivo vivemos perdidos, sem a constante satisfação para nos motivar perdemo-nos e vagueamos sem rumo... Todos os minutos é uma incessante busca por algo novo, novas formas de sentir e novas formas de satisfazer os sentidos, tal como se houve uma música pela primeira vez numa rádio e se gosta, como quando se observa uma foto que nunca vimos de alguém que já vimos ao vivo e apreciamos aquele momento capturado em película ou em dados digitais...

Gostava de ser Che Guevara, ter coragem e paixão para marcar a alma de gerações a ferro e fogo, de lutar movido apenas com a a vontade de de mudar o mundo, queria abandonar tudo e atravessar um continente, ver, ouvir, sentir... Gostava de viver noutro tempo em que havia razões pelo qual lutar, pelo qual defender...

Gostava de ser diferente... Gostava de ser Orginal...

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

I am a rock

A winter's day
In a deep and dark December;
I am alone,
Gazing from my window to the streets below
On a freshly fallen silent shroud of snow.
I am a rock,
I am an island.
I've built walls, A fortress deep and mighty,
That none may penetrate. I have no need of friendship;
friendship causes pain.
It's laughter and it's loving I disdain.
I am a rock,
I am an island.
Don't talk of love,
But I've heard the words before;
It's sleeping in my memory.
I won't disturb the slumber of feelings that have died.
If I never loved I never would have cried.
I am a rock,
I am an island.
I have my books
And my poetry to protect me;
I am shielded in my armor,
Hiding in my room, safe within my womb.
I touch no one and no one touches me.
I am a rock,
I am an island.
And a rock feels no pain;
And an island never cries.

domingo, 29 de novembro de 2009

Não preciso de ninguém

Não preciso de ninguém, não procuro o reconhecimento de quem não se reconhece a si, não quero admiração de quem não é capaz de sentir admiração seja pelo que for, não quero partilhar palavras com quem não percebe além das linhas e não lê nas entrelinhas, ou finge não ler. Não preciso de quem não me ouve ou finge não me ouvir, não preciso de ninguém que não saiba quem sou, em todas as qualidades e defeitos, quem não me incentive a exceder as minhas qualidades e levar masmorras aos meus defeitos.

Preciso apenas de quem tem valores e não de quem tem sombras de uma realidade disforme como princípios. Quero apenas quem sabe o que é e não o que os outros querem que seja. Quero o Original! Quero o Único.

Conhece-te a ti mesmo...

Necessidades e desejos

Milan Kundera começa o seu livro "A Imortalidade" com a descrisão da ida de uma mulher a uma sauna e dos pensamentos dessa mulher em relação a outra mulher mais nova que se encontra nessa mesma sauna.

Hoje, como muitas outras vezes, fui à sauna depois do meu ritualistico treino físico. O puxar pelo fisíco ajuda-me a pensar com clareza, expulso assim os sentimentos confusos que me invadem o espírito e a alma e permitem-me então ver as coisas de um prisma lógico, mais ponderado. Hoje cheguei a uma conclusão sobre um enigma.

Li à uns dias num blog (peço desculpa por não o citar mas não me lembro do nome nem do seu blogger) que existe uma diferença entre querer e necessitar. Necessitamos de algo para atingir um desejo nosso, algo que nós queremos, por exemplo, quero ser médico mas para isso é necessário estudar. Isto quer dizer que não quero estudar mas necessito de o fazer se quero ser médico um dia.

Há pessoas que usam outras quando estão a necessitar de algo mas não é o que querem e assim que se sentem melhores voltam à busca pelo que querem. Ser egoísta o ser o humano... Não há exepções... Também sou egoísta! Mas eu tenho consciência disso e sei admitir quando uso alguém para satisfazer uma necessidade, não é o que quero, mas ao menos não minto.

Há quem minta, leve ao engano, faça parecer algo, admite receber algo que outro está a entregar porque o outro pensou que talvez viesse a ter o queria, pobre coitado... Já devia saber que necessidades e desejos são coisas diferentes. O mais incrível é que essa pessoa que mente não admite que mente e pode mesmo achar-se vítima de outro alguém porque esse alguém fez-lhe o mesmo, aproveitou-se para satisfazer uma necessidade quando pensava que queria! Eu também me vendo... Mas o meu preço muito poucos podem pagar... Vender a alma por fios e borracha parece-me muito baixo...

Brave New World this!!!

sábado, 28 de novembro de 2009


Vivemos a maior parte do tempo com medo da morte ou para evitar ter medo da morte enganamo-nos a convencermo-nos que a morte não existe. Os antigos Samurais japoneses tinham a ideia da morte sempre presente, quando combatiam, combatiam à procura de uma morte honrada e por isso lutavam com o fervor que lutavam, e com isso tornava-os melhores, quase imbativeis. Parece um paradoxo, alguém procurar a morte e sobreviver mas é fácil de explicar... Eles não procuravam o suicidio, procuravam a morte honrada, digna da memória e de louvor e para isso tinham de se exceder até encontrarem um adversário que os excedesse, só assim tinha sentido. Aprendam a aceitar a morte e que todos nós um dia passamos a linha do "Oriente Eterno", só depois disto poderás ser verdadeiramente feliz!

O medo da morte é irracional, ela existe e está presente. A morte não é o oposto da vida mas sim parte dela. A vida é curta, vive-a! Carpe diem!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Eu hei-de amar um calhau!!!!

Os dias correm... Devagar e depressa demais, o tempo não chega para o que se quer e todos os dias passam e deixa para trás a sensação que nada se fez, que foi mais um dia desperdiçado. Restam apenas páginas, memórias de outros que avivam a minha própria memória, imaginação de outros que levam a minha mente a vaguear pelo tempo e pelo o espaço e é então que chega, a saudade, saudade daqueles que partiram, aqueles que calaram, aqueles que já fazem parte de uma história, tão rica e tão pobre que é a vida de alguém. Lembro-me... E é ao mesmo tempo benção e maldição...
Hoje fui em busca de inspiração... E muitos livros chamaram-me... Acabei a olhar para dois, ambos de António Lobo Antunes, "Eu hei-de amar uma pedra" e "tratado das paixões da alma", decidi-me pelo "tratado das paixões da alma", porquê? Nem eu sei bem... Procuro saber o que amo, o que quero, o que sinto, "Eu hei-de amar uma pedra" parece-me (não faço ideia o que qualquer um dos dois trata) que teria que deixar de sentir o que sinto agora, e não estou preparado para isso, por muito que queira deixar de me sentir como sinto, prefiro compreender o que sinto, parece-me que deixar de sentir o que sinto soa-me a fuga e a fuga não é solução, quero antes compreender o que me faz sentir assim, prefiro saber que paixões da alma me afectam, que me apertam, que fazem doer. Amar uma pedra? Nada me parece mais sereno que isso... Melhor só mesmo amar um calhau porque um calhau encontra-se em qualquer parte e isto de amar coisas únicas, como pedras preciosas, faz doer!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Truques de magia

"Para mim é muito melhor compreender o universo como ele realmente é do que persistir no engano, por mais satisfatório e tranquilizador que possa parecer" Carl Sagan

Existem pessoas que são como os truques de magia, quando os vemos as primeiras vezes, os truques de magia são ilusões, quando, depois de tanto observar, conseguimos aprender o truque, não passam de desilusão...

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Casamento Gay... Porque sim!

O Art. 13º da Constituição da Républica Portuguesa, que jurei defender até com o sacrifício da própria vida (não é exagero, foi mesmo assim que jurei), diz:





1. Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.


2. Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.



A última parte, a orientação sexual, foi incluída na última revisão contitucional, a sétima, em 2005. Pretendeu-se acabar com qualquer forma de preconceito, a nível de emprego ou obtenção de empréstimos bancários, por exemplo, mas a verdade é que esse preconceito continua a vigorar na legislação portuguesa, porque o código civil ainda não prevê o casamento de pessoas do mesmo sexo.

Pois isso se não é preconceito, o que é?



Então como se pode justificar o casamento gay em Portugal? Porque sim! Os gays, como os demais cidadãos nacionais pagam impostos, têm direito ao acesso à educação e à saúde mas o casamento continua a ser negado. Porquê?

Porque ainda há gente que pensa que o casamento serve para a constituição de família e reprodução, se assim é, num casamento heterosexual em que um dos conjugues seja estéril o casamento é nulo? Claro que não, tal seria muito estúpido e a dissolução de um casamento com base nesse pressuposto não daria como parte lesada o conjugue fértil.

Outros diriam "o casamento gay é uma ameaça ao conceito de família e como tal o casamento gay não deve ser autorizado", tal também, no mínimo, muito estúpido! Os gays podem viver juntos sem se casarem, tal não é proíbido e tal não pôs em perigo o conceito de família que o comum dos portugueses, existem gays que vivem juntos, na minha rua mora um casal gay e não vejo que haja famílias desfeitas no bairro com base nesses pressupostos, tais argumentos são vazios de conteúdo!

Há ainda quem diga que a autorização de casamentos gays em Portugal abriria caminho para ã discussão da adopção por casais gays e digo que tal será muito provável no futuro mas não é isso que se fala agora, a discussão sobre a adopção requer outro tipo de reflexão e não tem a mesma justificação e incui outras variantes a ver... Não é o caso presente e não vou alongar-me neste ponto.
Há ainda quem diga que Portugal é um país católico e que como tal não deve ser autorizado o casamento gay. Errado! Portugal não é um país católico, é um país laico, tal como está previsto na CRP, que significa que o Governo português governa à parte de qualquer religião e em respeito para com todas as religiões e formas de pensar. Eu próprio não me considero católico, porque razão hei-de ser governado de acordo com os cânones da igreja católica? Podem responder-me que a maioria é católica... Errado! A maioria não é católica! Não existe de acordo com a igreja católica católicos praticantes e não praticantes (não estou a inventar, é mesmo esta a posição do Vaticano, do Papa e da Cúria), para a igreja só existem católicos que participam nas litúrgias, que vão à missa e comungam todos os Domingos. Assim podemos concluir que nem a maioria é católica.
Há ainda quem venha dizer: "Não me importo com o casamento gay, agora sou contra o Governo obrigar a igreja a casar gente do mesmo sexo, isso é que não" (já me foi dito isto numa discussão!!). Isto não passa de um churrilho de disparates mas há quem diga isto... O Governo nunca obrigaria a igreja a casar gente do mesmo sexo por causa do mesmo princípio que falei à pouco, o laicismo do Estado, nas leis da igreja quem manda é o Vaticano, ou seja, o Papa e a Cúria, e tal nunca se pretendeu, pretende-se sim é autorizar o casamento gay nas conservatórias e registos, nada mais.

Vou dar um exemplo, um casal vive junto, compram casa, andam a pagá-la durante 15 anos, um dos dois morre, o que fica vivo fica sem casa porque, como não eram casados, o herdeiro não é a pessoa com quem o falecido partilhava a vida, será ou os pais ou irmãos e esses não gostam do conjugue e negam-lhe qualquer direito e têm a lei a apoiá-los. Tal não parece justo pois não? A única maneira de resolver este problema era se fossem casados. Pois bem, tal resulta para um casal heterosexual mas um casal gay não não tem possibilidade. Este problema não é só um problema de Igualdade mas sim de Justiça.

O importante não é refutar o que os conservadores possam dizer mas sim que o casamento, seja gay ou hetero, afecta apenas duas pessoas e só a essas pessoas diz respeito. Duas pessoas adultas, sãs e em plenas faculdades mentais, decidem fazer uma vida juntos, tomam um decisão que lhes afecta apenas a eles e para tal redigem um contrato que enumera as suas obrigações como casal e as obrigações um com o outro, é isso que é o casamento, um contrato. Como tal não me parece impossível de todo a possibilidade de duas pessoas contraírem matimónio... Mesmo que sejam do mesmo sexo.

Disse!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Anjos do Sol

Anjos do Sol é um filme brasileiro escrito e realizado por Rudy Lageman. O filme é uma denúncia da prostituição infantil e retrata a história de Maria, uma menina analfabeta do Nordeste brasileiro que os pais vendem para que fosse empregada mas em vez disso é vendida num leilão de virgens. A partir daí começa a longa descrição dos abusos a que Maria é sujeita. O filme é vencedor de uma série de prémios, no Festival de Gramado, em 2006, ganhou o prémio de melhor filme, prémio de melhor roteiro, prémio de melhor montagem e ainda prémio de melhor actor em longa-metragem, melhor actriz secundária e melhor actor secundário. No Miami International Film Festival ganhou o prémio do Juri Popular para melhor longa-metragem de ficção Ibero-Americana.

Deixo o link para o trailer:

http://www.youtube.com/watch?v=aTdRMqUxMss

O que me leva a escrever sobre este filme? Não pretendo ser crítico de cinema apesar de saber reconhecer um bom filme quando vejo um, pretendo ajudar a denúnciar crimes como a prostituição infantil, seja no Brasil ou noutra qualquer parte do mundo e este filme o faz de forma brutal, pretendo alertar o mundo para o lado negro da alma humana, pretendo acordar o espírito de quem olha para o lado, pretendo mostrar aquilo que ninguém quer ver, quero ajudar a mudar este mundo para melhor. Vejam e revoltem-se.

Para o Mal triunfar basta que os Justos nada façam.

sábado, 7 de novembro de 2009

Pontos de vista

Um avião descola de Lisboa com destino a S. Tomé, para os que estão em Lisboa o avião está a partir, para quem está em S. Tomé o avião está a chegar. O ponto de vista, o extremo em que nos encontramos define algo, que dependendo da posição no espaço, nos extremos desse espaço, nos dá num lado o completo oposto do outro.

Ganhar ou perder também depende do ponto de vista. Ganhar ou perder significa ruptura e a ruptura trás novas formas de pensar e sentir...

sábado, 24 de outubro de 2009

Quero...

Quero respirar, quero gritar a plenos pulmões tudo o que tenho preso no espírito e na mente, quero libertar-me das amarras que me prendem, quero libertar-me dos meus medos. Quero algo que está longe do meu alcance, quero o impossível, quero o inalcançável, quero conformar-me com o que tenho, quero quebrar os grilhões da mortalidade...

Se calhar quero demais...

Não sei bem o quê

Não sei bem o que quero mas quero!! Quero ser perfeito, alcançar a imortalidade, fazer algo digno da memória da Humanidade, quero o fim do mundo amanhã para que possa dizer aquilo que quero hoje, sem consequências nem memória! Quero o esquecimento, quer esquecer quem fui e o que sou e lembrar-me apenas daquilo que quero ser!! quero o Nirvana, quero a Paz, quero saber se sou Hiram ou Salomão...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Gandhi e o sermão do Monte das Oliveiras

Gandhi disse: O Novo Testamento não ensina que, se um inimigo o ferir na face direita você deve lhe oferecer a esquerda? Acho que significa que devemos ter coragem — estarmos prontos a levar um golpe, diversos golpes, mostrar que não vamos revidar nem nos desviar. E, quando você age assim, o ódio dele diminui e o respeito aumenta. Penso que Cristo entendeu isso e tenho visto que funciona.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Sibila Líbia

Seus miseráveis, covardes camaradas, ...Homens de última ralé, vozes inúteis, horríveis homens, ... Tolos sem compreensão, no tempo em que veio o verão... Para o homem mortal, quando as mulheres não geram mais,... Perto está a destruição, quando alguns, ...Enganadores e mentirosos em vez de profetas, .... Falando da terra se acercam.
Annuit cœptis
Ele aprova o nosso empreendimento

Ultima Cumaei venit iam carminis aetas;
Agora vem a fase final da canção de Sibila;

Magnus ab integro saeclorum nascitur ordo.
O grande objetivo das Eras nasce novamente.

iam redit et Virgo, redeunt Saturnia regna,
E agora a justiça retorna,as regras retornam honradas;

iam nova progenies caelo demittitur alto;
agora, uma nova linhagem é enviado para baixo para o alto céu.

Novus Ordo Seclorum
A Nova Ordem dos Séculos

A Luz

Que a Sabedoria guie os meus trabalhos,
Que a Força sustente os meus trabalhos,
Que a Beleza adorne os meus trabalhos.

Hércules teve que fazer sete trabalhos para atingir a Imortalidade, quantos terei Eu de fazer para me libertar da Mortalidade?

Serei Hiram ou Salomão? Ou nenhum...

Que o Grande Arquitecto do Universo me valha...

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Apocalipse, I, 8

"Eu sou o Alfa e o Ómega,
o príncipio e o fim,
aquele que é e o que era,
e que há-de vir,
o Todo-Poderoso."

Apocalipse (livro das revelações), I, 8

Puro

Puro.

Tudo em ti parece sereno, transparente, elevado. Puro. Nunca como contigo experimentei a sensação de me encontrar algures entre o céu e a terra, flutuando sobre a neblina com o espírito livre, emergindo da massa dos homens para tocar Deus, sentindo a eternidade comprimida a meros segundos, o efémero estendendo-se pelo infinito, o príncipio do Ómega e o fim do Alfa, a luz e as trevas, o universo num sopro, a impressão de que a vida tem um sentido místico, de que há um mistério que se esconde para lá do que é visivel. Um enigma gravado em pedra, numa letra antiga num código hermético, um velho som que se pressente mas não se escuta... O segredo do mundo!

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Narcisismo!

O cérebro tem um bilião de células, mais ou menos o mesmo número de estrelas na nossa galáxia, o cérebro é um universo em si e essas células ligam-se, as sinapses, que são à volta de cinco biliões . Nessas ligações passam tudo aquilo que somos, os nossos pensamentos, as nossas ânsias e sentimentos. Tudo o que somos e que nos torna diferentes. Eu não compreendo o que sou. como sou e que virei a ser, tento mas não consigo.
Sei o que sou mas não o comprrendo. Sei que sou narcisista... Um narcisista só ama a si próprio, não é capaz de amar outra pessoa, só ama a sua projecção na outra pessoa.
Não sei se é por isso que procuo reconhecer-me na alma de outra pessoa, será projecção? É... Provavelmente!

domingo, 11 de outubro de 2009

A fábulo do Escorpião e do Sapo

Um escorpião encontrava-se numa margem de um rio e queria ir para a outra margem. Avista um sapo e pede-lhe:
- Sapo, levas-me nas tuas costas para o outro lado do rio?
- Nem penses, picas-me e matas-me se o fizer!
- Achas? Se fizer isso morro afogado!
Diante de tal lógica perfeita o sapo concordou então em transportar o escorpião para a outra margem do rio mas mesmo quando estava a meio do rio, o escorpião levanta o ferrão e espeta-o no dorso do sapo. O sapo então com a vida a escapar-lhe pergunta ao escorpião:
- Porque fizeste isto? Eu acordei em ajudar-te... Foste tu que te lembraste que morrerias também se me espetasses o ferrão...
- Pois foi... Mas sou um escorpião e é essa a minha natureza... É a minha natureza ferrar as outras espécies... Mesmo que a minha natureza leve à minha destruição.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Absolute Begginers

I've nothing much to offer
There's nothing much to take
I'm an absolute beginner
And I'm absolutely sane
As long as we're together
The rest can go to hell
I absolutely love you
But we're absolute beginners
With eyes completely open
But nervous all the same

If our love song
Could fly over mountains
Could laugh at the ocean/sail over heartaches second time
Just like the films
There's no reason
To feel all the hard times
To lay down the hard lines
It's absolutely true

Nothing much could happen
Nothing we cant shake
Oh we're absolute beginners
With nothing much at stake
As long as you're still smiling
There's nothing more I need
I absolutely love you
But we're absolute beginners
But if my love is your love
We're certain to succeed

If our love song
Could fly over mountains
Could laugh at the ocean/sail over heartaches second time
Just like the films
Theres no reason
To feel all the hard times
To lay down the hard lines
It's absolutely true

A complexa natureza quase humana

As pessoas são o mais complicado ser do universo (conhecido!). As pessoas conseguem pensar uma coisa e agir ou dizer o seu completo oposto e têm plena consciência disso.

As pessoas não são o que dizem, são o que agem e as pessoas não mudam, podem reprimir-se mas não mudam, apenas se disfarçam.

domingo, 13 de setembro de 2009

In crowded streets walking around
Singing song deep towards you,
Fantasizing and imaging again
Seeking my self in your eyes,
And the ocean lights our seas,
Don't wish my words break your silence

At nights dreaming , wishing for you
Walking far away together ,
Where my heart your is also
At nights dreaming , wishing for you
Walking far away together ,
Where my heart your is also
Walking...

So how in daybreak, again walking
And my tough sipping to your fountainhead
In the end of day like shedding of leaves
Unshelled, reaching you
And the ocean lights my seas illuminate also yours .
Don't wish hearing my words, in silence its exists.
At nights dreaming , wishing for you
Walking far away together ,
Where my heart your is also
At nights dreaming , wishing for you
Walking far away together ,
Where my heart ...

In crowded streets walking around
Singing song deep towards you,
Seeking my self in your eyes...

http://www.youtube.com/watch?v=NUKPC_mZrpY

(tradução do original em hebraico. Pode não fazer muito sentido às vezes mas percebe-se a ideia! E não fui eu que fiz a tradução... O meu hebraico anda um pouco enferrujado!!!)

נינט טייב - היא יודעת - לא מY בעשר

She knows, people always tell her
people just interfere with her
what to wear, what to eat
what is right, what is not right

They whisper what they think
they take part in as they want
how is it forbidden, how much is allowed
if it's possible or not

You shall do and go, learn
and you'll see how in a moment,
in a moment one captures the world
scream out, be quiet,
just come, come, return to me

Yes, she knows
that he always listens to her
that he's the one showing her
showing her the truth, what to take what to give
and if you're listening, maybe you know
how one continues from here

You shall do and go, learn...

http://www.youtube.com/watch?v=EjGer7zleNg&feature=related

sábado, 12 de setembro de 2009

aproveita todas coisas lindas que te diz, todas as surpresas que te faz, todas as flores que te da, todos os papelinhos e bilhetinhos que te escreve... todos os mimos... todos os olhares trocados, todos os momentos compartilhados... aproveita tudo ate o mais infimo pormenor junto de quem amas... aproveita todos os beijos roubados todos os abracos inesperados... porque quando menos esperares ja nada disso existe ... da forma mais cruel mais vil mais fria... a pessoa que mais amavas torna-se de repente na pessoa que mais detestas e ja nada mas mesmo nada volta a ser o que era...
"Have you ever been in love? Horrible isn't it? It makes you so vulnerable. It opens your chest and it opens up your heart and it means that someone can get inside you and mess you up. You build up all these defenses, you build up a whole suit of armor, so that nothing can hurt you, then one stupid person, no different from any other stupid person, wanders into your stupid life...You give them a piece of you. They didn't ask for it. They did something dumb one day, like kiss you or smile at you, and then your life isn't your own anymore. Love takes hostages. It gets inside you. It eats you out and leaves you crying in the darkness, so simple a phrase like 'maybe we should be just friends' turns into a glass splinter working its way into your heart. It hurts. Not just in the imagination. Not just in the mind. It's a soul-hurt, a real gets-inside-you-and-rips-you-apart pain. I hate love....."

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

We have all, the time in the world
Time ENOUGH for life
To UNFOLD
All the prescious things
Love has in store

We have all the love in the world
If that's all we have
You will find
We need nothing more

Every step of the way
Will find us
With the cares of the world
Far behind us

We have all the time in the world
Just for love
Nothing more
Nothing less
Only love

Every step of the way
Will find us
With the cares of the world
Far behind us
Yes

We have all the time in the world
Just for love
Nothing more
Nothing less
Only love
Only love

http://www.youtube.com/watch?v=D6110aXlYNc&feature=related
- É assim tão simples?
- Era bom que fosse... Vês o sorriso dessa pessoa em mil e um sonhos, vês a cara na televisão... Acho que é impossível quantificar tudo o que sentes...
- Parece que é muito duro...
- E é... Sentes uma dor no peito sempre que pensas nessa pessoa e estás sempre a pensar nessa pessoa, logo tens sempre essa dor no peito.
- E não passa?
- Passa... Quando finalmente beijas essa pessoa... Ou pode aumentar exponencialmente se não fores correspondido... E é o que se passa na maior parte das vezes. É por isso que eu não o faço, não arrisco perder o muito pouco que tenho, contento-me estar perto, estar presente e limito-me a sonhar com algo que sinto não ser uma realidade possível.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

- Como é que sabes que gostas de alguém?
- Reconheço a minha alma noutra pessoa...
- Vês que é igual a ti?
- Não, iguais nunca somos, cada um de nós é um universo.
- Mas então como vês isso?
- Quando tens tanto em comum que ficas ensombrado, assusta-te mesmo.
- Alma gémea?
- Talvez... Para quem acredita nisso. Mas o principal é que te sentes bem com essa pessoa.
- Sinto-me bem com muita gente...
- Mas nem todas te fazem sentir seguro, sereno...
- Como é que vou reconhecer a minha alma noutra pessoa?
- Compreendes essa pessoa como se sempre tivessem vivido lado a lado. Até porque o amor deve ser isso... Uma continuação da tua vida como a conheceste até então.
- E há sinais?
- Para quem acredite nisso... Há quem acredite que não existem coincidências e que o destino não é mais que uma fórmula matemática em que as nossas vidas se cruzam como uma raíz quadrada ou um somatório... E nesses cálculos estamos destinados... É complicado explicar isto...
- Tenta...
- Por exemplo... Dás conta como o nome dessa pessoa te persegue... Ligas a televisão e ouves uma música muito reles em que a letra refere o nome dessa pessoa em súplicas de amor... Adoras a música porque lembraste dessa pessoa embora se o nome fosse outro qualquer detestarías a música... Vais a um café e pedes qualquer coisa e o empregado diz o nome dessa pessoa... Ligas a televisão e o nome da jornalista é o nome dessa pessoa... Resumidamente... Ouves esse nome uma série de vezes... Seja na rua ou em casa, seja o nome da vizinha ou de alguém de família, esse nome persegue-te... Há quem diga que tu ouves esse nome porque estás ligado a essa pessoa... Eu gosto de acreditar que oiço esse nome porque o universo diz-me que é aí que reside a tua felicidade... E tu estás aqui para ser feliz!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

- Estive a pensar na tua pergunta... Se sou capaz de arranjar um coração partido...
- Ah foi? Então a que conclusão chegaste?
- Acho que era capaz de arranjar um coração partido se me dessem a oportunidade...
- Ainda bem... Mas e a outra pergunta que te fiz? O que fazes na vida? Ainda não me deste uma resposta...
- Ainda não te respondi porque não sei ainda, ainda não tenho resposta...
- E andas à procura?
- Todos os dias... Já enganei a morte duas vezes e ainda não sei a resposta.
- Como consegues viver sem um propósito?
- Vivo à procura dele, é assim que consigo viver!
- E o fazes sozinho?
- Não, faço-o com todos os que são especiais para mim.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

"Nunca disseste que gostavas de alguém?" perguntou o pequeno construtor de castelos de areia.
- Já... Mas saí sempre com o coração ainda mais em cacos... Por isso deixei de o dizer...
- E nunca to disseram?
- Já... Eu é que nunca acreditei... E quando acreditei foi quando também o disse pela última vez...
- E foste feliz?
- Fui... Até ao momento em que tudo acabou... Nessa altura percebi que tudo não passou de uma miragem no deserto... Eu via aquilo que queria ver e que queria acreditar.
- Mas gostaste?
- Gostei...
- Já não gostas?
- Tento não gostar de ninguém... Assim não me magoo..
- E consegues?
- Não...
- E já tentaste dizê-lo?
- Não... Nem vou!
- Achas que assim és feliz?
- Não.. Mas também não sofro.
- Sofrer faz parte da vida... és medroso. És um cobarde?
- Devo ser... Mas tenho medo de perder o pouco que tenho. Um bocado de mim ainda treme de paixão, atrás de uma porta onde mora alguém que não eu e onde eu nunca morei...
- Porque é que te agarras ao pouco? E não arriscas?
- Sou medroso, sou um cobarde.

Mecânica dos corações partidos

O oscar l. continuava sem saber o propósito de ali estar e nem sequer especulava como tinha ido ali parar, junto à praia não havia nada que se assemelhasse a uma viatura, teria ido a pé? Apesar de na sua adolescência e juventude fazer o caminho entre a sua casa e a praia a pé ou a correr, estes tempos já lá vão. O oscar l. então lembrou-se desses tempos, em que tinha um grupo grande de amigos e em que juntos faziam mil e uma tropelias. Onde será que estão eles? A grande maioria ele já perdeu de vista à anos, outros ainda se cruza quando calha mas já não é a mesma coisa, cada um seguiu uma vida diferente e como era diferente a vida do oscar l. das vidas dos seus amigos de adolecência.
" O que fazes na vida" perguntou o pequeno construtor de castelos de areia.
- Eu arranjo aquilo que está estrago.
- Eu não te perguntei qual era o teu trabalho, perguntei-te o que fazes na vida. Consegues arranjar um coração partido?
- Só se for de metal! Arranjo máquinas e o coração não é uma máquina para reparar.
- Enganas-te! O coração é uma máquina, é nele que se fazem sonhos, é nele que sentes a felicidade ou a infelicidade, ele é o responsável por te lembrares de todos os momentos marcantes desta tua história no mundo!
- Eu não acredito nessas coisas... Aliás se acreditasse nisso já teria reparado o meu próprio coração partido e o de outras pessoas.
- Mas porque é que não tentas?
- Porque não consigo... Existem coisas que não estão ao alcance de todos. Por isso procuras arduamente, até encontrares aquilo que é teu.
- Mas ainda não me respondeste... O que fazes na vida?

domingo, 6 de setembro de 2009

Algo para ocupar o tempo

o oscar l. não sabia como tinha ali chegado e não fazia ideia porque ali estava, lembrava-se que tinha apanhado uma bebedeira de caixão à cova na noite anterior com o seu grande amigo, o sr. capitão, referia-se assim ao seu grande amigo o que irritava um pouco o seu amigo porque segundo ele o homem estava antes do posto. oscar l. compreendia o que o seu amigo dizia porque também ele acreditava nisso mas não conseguia dizer o mesmo dele, o seu antigo posto e agora o seu trabalho definiam-no, a sua vida não passava daquilo, era uma vida triste e vazia, pouco mais havia que a sua família e um punhado de amigos que se podiam contar não com uma mão mas sim pelas falanges de um dedo e mesmo assim não sabia se haveria de contar com o polegar ou o indicador. Havia quem invejasse o oscal l., ele era conhecido por já ter perdido a conta às mulheres com quem se tinha deitado, algo um pouco exagerado, mas o que não se sabia era que o o oscar l. sentia quando depois do extase da satizfação, sentia uma profunda sensação de desprezo e nojo pela mulher com quem se tinha deitado e não adormecia até a mulher se decidir a saír do quarto. Essa sensação era motivada pela simples razão que o que levava a deitar-se com essas mulheres era a necessidade de simular o amor de uma mulher, algo que nos seus alguns e cada vez mais curtos anos de vida nunca tinha sentido. Todas as relações dele eram relações de conviniência, elas nessitavam de uma companhia, procuravam uma relação com alguém que as tratasse como mulheres e não como objectos ou simplesmente queriam alguém que lhes oferecesse umas prendas. Ele não era burro e percebia isso, deixando-se levar, tentava tirar algum sentido daquelas experiências. Chegava sempre à conclusão que essas experiências apenas lhe roubavam parte da alma, deixando-o cada vez mais vazio mas cada vez que parte da sua alma desaparecia, tornava-se cada vez mais difícil fugir desse ciclo viciante. O oscarl l. invejava os animais e a sua vida simples, guiados por instinto e sem consciência do seu papel do mundo nem da sua mortalidade.
O oscar l. começou a andar, não fazia sentido nenhum acordar e estar numa praia deserta, nem as aves de ouviam, apenas o remolhar constante da água do mar. O sol da manhã já rompia e o acordar já com claridade feriu-lhe a vista e por isso só ao final de uns minutos se apercebe que não está sozinho. Ao longe vê a figura de uma pessoa sentada na areia e ao aproximar-se reconhece uma criança a fazer castelos de areia.
"Que castelo bem fixe esse" diz ele para a criança de forma a meter conversa e tirar algum sentido daquilo que pensa ser um sonho ou alucinação. "Como te chamas?" pergunta o oscar l.
-oscar l. e tu?
-Que estranha coincidência!! Também me chamo oscar l. Posso ajudar-te com o Castelo?
-Podes... Preciso de ajuda para a torre da menagem, não consigo fazer um telhado...
-E porque é que precisas de um telhado para a torre? Não ficas contente com um tecto plano como as outras torres do teu castelo?
-Não, na torre da menagem é onde moram os donos do castelho, se o tecto for plano, ao fim de um tempo a torre está cheia de humidade, o que não o torna muito bom para se morar! Além do mais, se me estás a ajudar não é mais só meu castelo mas sim teu também!
-Bem, mas que atenção aos promenores, se alijeirasses um pouco essa obsessão pelos promenores e pelo detalhe desfrutavas um pouco mais da tua obra, ou melhor se assim o preferires, da nossa obra.
-Acho que não consigo... Sou como sou e por muito que tente serei assim e talvez nunca venha a ser muito feliz ou feliz de todo por causa de ser do meu espírito.
Entretanto, o remolhar das águas do mar tornam-se mais fortes e as ondas ameaçam chegar à obra de ambos. "A maré está a subir" diz o oscar l. à criança.
-Pois está.
-Não tens medo que o mar destrua o castelo?
-Não...
-Não?? então porquê? Assim o teu trabalho fica estragado!
-Não posso fazer nada contra a maré, ninguém consegue... Além do mais, se o mar destruír o castelo eu faço outro amanhã
-Mas depois vem o mar outra vez e estraga-te o trabalho outra vez.
-E eu volto a fazer outro castelo e se o mar o destruir faço outro ainda... Afinal se quero um castelo tenho de ser eu a construí-lo!
-Mas se o mar o está sempre a destruir não terás descanso!
-E achas que alguma coisa dura para sempre? É da maneira que amanhã terei que fazer... E assim esqueço-me dos outros castelos que o mar destruiu...

sábado, 5 de setembro de 2009

I've found a way to make you
I've found a way
A way to make you smile
I read bad poetry
Into your machine
I save your messages
Just to hear your voice
You always listen carefully
To awkward rhymes
You always say your name,
Like I wouldn't know it's you,
At your most beautiful
At my most beautifulI count your eyelashes,
secretly
With every one, whisper I love youI let you sleep
I know you're closed eye watching me,
Listening
I thought
I saw a smile

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Pensar

Farto-me de pensar, ocorrem-me num segundo mil e um pensamentos sobre mil e um assuntos e isso cansa mas não o consigo evitar... Acho que é falta de álcool!! Sinto-me cansado, penso sobre tudo e chego sempre à conclusão que estou num limbo sem saída... Não apetece fazer nada mas ao mesmo tempo apetece-me fazer tudo.

Penso nas pessoas que conheço e analiso todos os traços que me dão a conhecer, aqueles que mostram voluntáriamente e aqueles que o mostram involuntáriamente apesar de os tentarem esconder. Fico surpreendido com o que vou conhecendo das pessoas que me rodeiam e na maior parte surpreendem-me pela negativa, raramente me surpreendem pela positiva.

Quando descubro que alguma pessoa é muito parecida comigo assusto-me... Não sei o que pensar e é isso que eu que me dá paz a este cérebro à beira da avaria!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Emendas

Decidi apagar os últimos dois posts... Não faziam sentido, não são reais, são apenas pensamentos que ficaram retidos em alguma parte do cérebro durante muito tempo e saíram demasiado tarde. Existem coisas assim, coisas que não dizemos ou não fazemos e que se dizem ou fazem-se demasiado tarde ou fora do seu tempo. Existe um tempo para tudo e findo esse tempo deixam de ter lugar.

Existem 6100 milhões de habitantes no planeta, cada um deles único e complexo como qualquer um de nós. Não vale a pena uma pessoa "bater mal" por uma quando ao pé de nós está alguém ainda mais interessante para falar.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Who'll stop the rain

Long as I remember
The rain been comin' down
Clouds of myst'ry pourin'
Confusion on the ground
Good men through the ages,
Tried to find the sun
And I wonder, still I wonder,
Who'll stop the rain
I went down Virginia,
Seekin' shelter from the storm
Caught up in the fable,
I watched the tower grow
Five year plans and new deals,
Wrapped in golden chains
And I wonder, still I wonder
Who'll stop the rain
Heard the singers playin',
How we cheered for more
The crowd had rushed together
Tryin' to keep warm
Still the rain kept pourin',
Fallin' on my ears
And I wonder,
still I wonder
Who'll stop the rain.

"Who'll stop the rain" de Creedence Clearwater Revival

Pausa à Saga

Faço uma breve pausa para despejar mais um pensamento idiota.

Ando viciado em Youtube e só o uso para ouvir música, estava agora a ouvir "lay lady lay" de Bob Dylan por motivos que escapam à minha razão. Ao final de a ouvir umas dez vezes decidi ir ver se tinha a letra na descrição e vejo o comentário do autor do post no youtube.

Este é o link:

http://www.youtube.com/watch?v=VfF0uHekcc8

E este é o texto postado pelo autor:

"Will you ever give me another chance !?I LOVE you, I just cant stop that, dont ask for that!"

Só tenho a dizer o seguinte, correndo o risco de parecer cruel, OTÁRIO!!!! Porque é que desperdiçaste a hipótese e muito provávelmente a única que tiveste? As coisas boas da vida não vêm duas vezes, vêm e vão e se não as agarrares... Azar o teu... Essas coisas só ficam bem na tela do cinema.

Magnífica Saga dos Loucos da Aviação Heróica

Dou o título de "Magnífica" não por me achar um escritor suberbo, aliás nem me considero escritor, mas por serem histórias de gente que têm tanto de loucura como de real. Estas histórias aconteceram mesmo, não são histórias inventadas para entertenimento de alguém ou por meu capricho, são histórias de quem viveu um sonho, uma realidade que muitos não imaginam e outros apenas especulam. Temo perder estas hstórias espectaculares da memória. São histórias de gente que podem estar sentadas ao lado no autocarro, gente presa no trânsito ao lado do nosso carro, podem vestir-se como qualquer um de nós naquele momento mas na grande parte da sua vida vestem uma farda e com ela todas as obrigações que acompanham a farda, embora essas obrigações não desapareçam quando mudam de roupa. Por onde começar? Acho que o mais lógico será pelo príncipio.

Para mim a saga começa no ano de 2001, mês de Fevereiro e mesmo isso foi por mero acaso. Tinha concorrido à FAP para a especialidade de armamento mas por azar não havia vaga para essa especialidade na recruta de Fevereiro, havendo apenas para Maio. Não me podia dar ao luxo de esperar por Maio, tinha deixado a escola e aquela era a minha última aposta, queria uma vida diferente, queria a descuberta e Maio era longe demais, podia perder a coragem, foi assim que optei pela segunda opção, Mecânico de Material Aéreo. Como o mundo podia ser diferente hoje se não fosse esse dia em que preteri a minha primeira opção pela pressa da aventura...

Foi então que ingressei na Ota em Fevereiro de 2001.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Mais disparates

O que me leva a escrever estes disparates completos que despejo neste mundo que é a internet? Não sei e não quero saber... Gosto de dedilhar para aqui o que me vem à cabeça neste e naquele momento, de partilhar com quem quiser ler os meus devaneos, o que não digo em voz alta com medo de parecer mais um maluquinho que habita este vasto planeta... Porque é que não escrevo em inglês? Afinal é a linguagem do mundo e com ela chegaria a todos os recantos deste imenso planeta azul... Pela simples razão que penso é em português, a língua do povo que trouxe mundos ao mundo.

Faço as coisas por impulso... Só assim é que dou valor... Não sou capaz de planear alguma coisa... Se tenho uma ideia, se quero alguma coisa, atiro-me de cabeça, tem mais piada assim...

Quando vou a uma livraria não levo na ideia este ou aquele livro, vou ver... Pode acontecer ter em ideia já algum livro e só se o ver e se me lembrar no momento é que pergunto por ele... Também não compro um só livro, que amante de livros seria eu se me deslumbrasse por um só livro?

Ainda ontem fui à FNAC. Não levava na ideia comprar seja o que fosse, queria apenas ver que músicas havia para lá... Comprei um CD por 23€ porque tinha uma música que queria ouvir, uma só... Just like heaven dos The Cure. Não tem nada de raro esta música, o meu irmão até tem Cd's de The Cure com essa mesma música mas o impulso fez-me comprá-lo e ouvir essa mesma música vezes sem conta... Até agora, enquanto escrevo já a ouvi talvez umas dez ou mais vezes...

Deixo o link:

http://www.youtube.com/watch?v=y5StFADI9NM&feature=channel

Tal vez procure uma cura para aquilo que sou...

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Canção do engate

Hoje ando numa de António Variações. Oiço as músicas dele e transponho algumas letras para aqui. Estava a ouvir no youtube a "canção do engate" e aproveito para ler os comentários e assim me inspirar nos pensamentos que outros tiveram a ouvir o mesmo artista que viveu fora do seu tempo, o mesmo que eu oiço.

http://www.youtube.com/watch?v=bzhLamrxacE&feature=related

Deixo o link.

Abaixo encontram o seguinte comentário:

"esta música faz m pensar em ti! tou apaixonada... não tenhas medo... arrisca! só assim podemos ser felizes, Certo?às vezes deixas m à nora... este jogo do toca e foje deixa m ceguinha. JÁ CHEGA!!!"

O quanto invejo a autora deste comentário... Grita o que a sua paixão torna insuportável de aguentar e a sua mente rende ao mais belo dos sentimentos... Invejo a coragem de gritar. Eu não grito... Arrepia-me o mandarem-me calar...
Só eu sei que sou terra
terra agreste por lavrar
silvestre monte maninho
amora fruto sem tratar

Só eu sei que sou pedra
sou pedra dura de talhar
sou joga pedrada em aro
calhau sem forma de engastar

A cotação é o que quiserem dar
não tenho jeito para regatear
também não sei se eu a quero aumentar
porque eu não sei

Porque eu não sei se me quero polir
também não sei se me quero limar
também não sei se quero fugir
deste animal
que anda a procurar

Só eu sei que sou erva
erva daninha a alastrar
joio trovisco ameaça
das ervas doces de enjoar

Só eu sei que sou barro
difícil de se moldar
argila com cimento e saibro
nem qualquer sabe trabalhar

Em moldes feitos não me sei criar
Em formas feitas podem-se quebrar
também não sei se me quero formar
porque eu não sei

Porque eu não sei se me quero polir
também não sei se me quero limar
também não sei se quero fugir
deste animal
que anda a procurar

"Erva daninha a alastrar" de António Variações

(assim, subitamente, soa-me familiar... será inspiração ou coincidência? Será preocupação a mais ou falta de originalidade? Não sei e não quero saber. A culpa é desta vontade cravada de te abraçar, de te sentir... De não te deixar ir! Sou como a erva daninha: não tenho forma, ou polimento, não tenho caminho, nem impedimento...)

Sempre Ausente

Diz-me que solidão é essaQue te põe a falar sozinho
Diz-me que conversaEstás a ter contigo
Diz-me que desprezo é esse
Que não olhas para quem quer que seja
Ou pensas que não existes
Ninguém que te veja
Que viagem é essa
Que te diriges em todos os sentidos
Andas em busca dos sonhos perdidos
Uhhhhh...Uhhhhh...
Lá vai uma luz
Lá vai o demente
Lá vai ele a passar
Assim te chama toda essa gente
Mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar
Diz-me que loucura é essa
Que te veste de fantasia
Diz-me que te libertaQue vida fazias
Diz-me que distância é essa
Que levas no teu olhar
Que ânsia e que pressa
Tu queres alcançar
Que viagem é essa
Que te diriges em todos os sentidos
Andas em busca dos sonhos perdidos
Uhhhhh...Uhhhhh...
Lá vai uma luz
Lá vai o demente
Lá vai ele a passar
Assim te chama toda essa gente
Mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar
Mas eu estou sempre ausente e não conseguem alcançar
Não conseguem alcançar

"Sempre ausente" de António Variações

Loucura

Quem é louco? O louco ou aquele que o segue?

Cada ser humano é um universo em si. Cada sorriso, cada lágrima derramada, cada sonho, cada olhar, cada frase proferida fazem de cada um de nós diferente. Uma canção de António Variações, com o título "Sempre ausente", dizia: "Andas em busca dos sonhos perdidos". Esta é a saga que cada ser humano persegue desde o dia em que nasce, a busca por algo, a busca por não sei bem o quê. Como disse num post passado: "Estás aqui para ser feliz".

Ser louco liberta, liberta de de preconceitos e de ideias feitas e do que os outros esperam de nós porque não existe forma mais cruel de opressão que essa. Espera-se que se aja de uma forma, que se fale de uma forma, que se alinhe naquilo que outros pensaram por nós. Eu penso como quero, ajo como quero, falo como quero e apenas me limito aos meus príncipios, que são o que me definem e não sou o que os outros pensam de mim.

Se isto é ser ser louco, não quero ser são.

sábado, 15 de agosto de 2009

Dúvidas

Porque será que preferimos a dúvida? A dúvida permite o sonho, o irreal, deixa o cérebro e o espírito deambular pelo que pode ser ao contrário da triste, fria e crua realidade do "sim" e do "não". A dúvida é sombra que deixa adivinhar contornos mas não a imagem real enquanto o "sim" e o "não" definem algo para todo o sempre.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Across the seas 4ª parte

(continuação)

O que me leva a escrever o que recordo da Líbia? O que tem uma história de um período perdido no tempo e no espaço e na memória de poucos a ver com uma busca incessante por não sei bem o quê? Saladino quando conquistou Jerusálem aos Cristãos perguntaram-lhe o que valia Jerusálem, ele respondeu "nada" e continuou o seu caminho, a meio caminho voltou-se para trás e diz "tudo!". Tal como Saladino respondeu quando lhe perguntaram o que valia Jerusálem, eu respondo em relação ao que aqui é dito: "nada" "e tudo!".
A Líbia é parte do percurso em busca de algo, não por escolha mas por imposição, tal como a maior parte dos episódios que marcam uma vida não serem escolhidos nem desejados. Nada é como queremos.

Estive hospedado num hotel no centro de Tripoli, um hotel mediano e que suprimia as necessidades de quem se desloca em trabalho. Na vizinhança morava um senhor de idade que dava pelo nome de Masoud, senhor de uns 70 anos bem vividos e sofridos que nos dias de hoje gozava da sua reforma. Era um dos poucos Líbios com um domínio do inglês muito pouco usual por aquelas bandas, ainda para mais tendo atenção à sua idade. Passava horas à conversa com o senhor Masoud. Falávamos de Kathafi, aliás foi o único Líbio que conheci que se referia a Kathafi pelo nome, sempre com o prefixo "Mister", todos os outros referiam-se a Kathafi com líder. Foi o sr. Masoud que me arranjou uma cópia em inglês da sua doutrina, o livro conhecido como "Livro Verde". Pelas suas palavras compreendi que nem a Líbia escapa aos ventos da mudança, desabafava que a juventude líbia se desvirtuava, que já não seguiam os preceitos islâmicos da mesma forma como Kathafi tinha idealizado para o seu país, que a influência do ocidente era cada vez mais notória e que exigiam os "luxos" do ocidente para eles. Não o dizia com raiva nem frustração mas sim com o conformismo e resignação de quem já nada pode fazer e que deu conta que o seu tempo passou.
Tentava não discutir religião, talvez por ser um agnóstico confesso e não ofender o senhor que mostrava já grande abertura de espírito para discutir política, aliás, é-me mais fácil falar de assuntos dos Homens do que assuntos de uma ordem que fogem do que é racional e pragmático.
Apesar disso falámos da tradição do Ramadão, o que se faz e qual o objectivo do jejum. O Islão, ou Al Islaam, assenta em 5 pilares, um deles é o da caridade e o objectivo do Ramadão é, além de purgar o corpo de tudo o que é nefasto ao Homem, é, com o seu jejum e sede que praticam durante um mês do nascer ao pôr-do-sol, lembrar aqueles que durante todo o ano jejuam por não terem de comer.

Em suma, o que de mais importante aprendi com o senhor agraciado com a sabedoria da idade foi que o que uma família líbia deseja para os filhos aquilo que qualquer outra família em qualquer outra parte deste vasto mundo deseja... Como dizia o anúncio da Coca-Cola "estás aqui para ser feliz".

(Continua)

Across the seas 3ª parte

(continuação)

Líbia, não há álcool, não há uma discoteca, mesmo que venda só suminho, não há um bar nem um café em que um jovem de 27 anos lave as vistas a apreciar o que de mais belo existe no mundo, o corpo de uma Mulher... As Mulheres na Líbia não frequentam cafés. O café é um direito exclusivo dos homens assim como muitas outras coisas que numa sociedade ocidental nem os mais misóginos se lembram de pôr em causa mas por incrível que pareça as Mulheres conduzem. É difícil perceber a cultura Líbia para com as mulheres. No Livro Verde, escrito pelo próprio Kathafi como sendo a "bíblia" (desculpem a comparação!) política do regime Líbio, a Mulher tem o mesmo lugar na sociedade que o Homem e o seu corpo da guarda pessoal e constituído somente por mulhes mas a pressão da religião vence e o preconceito instala-se. Recordo-me até que foi lá que conheci a assistente de bordo mais bonita da minha companhia e que parava literalmente, parava o corpo e o pensamento, a olhar para ela até ela perguntar "o que foi?", arrancando-me do meu estado de contemplação.

Mas a Líbia inspira na sua rotina e calmia doentía um clima proprício à aproximação das pessoas e dos corpos. Tornei-me próximo de uma mulher na Líbia e não, não era a mesma que contlemplava como quem contlempa um quadro ou uma escultura. Ela era e acho que continua, junta com um outro homem e eu sabia disso. Tudo começou com uma naturalidade como se o que tivesse de acontecer estivesse destinado. Ela sentia-se só e eu também e então algo se tomou de nós e nesse momento deixou de existir outras pessoas, havia apenas os dois. Começou tudo ao contrário... Fomos amantes antes de nos conhecer-mos e ficámos amigos quando a realidade da vida se mostrou com a sua grandiosa dureza a quando de volta à Pátria Mãe. Nessa altura o que era na Líbia desapareceu para dar lugar ao que é cá, ainda tentámos enganar a realidade com "injecções" de ilusão mas não havia nada para salvar aquilo que tinha já morte anunciada à nascença. Não me arrependo... E até recordo com, não com saudade mas com um sorriso na cara, os bons tempos que partilhámos juntos.

(continua)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Across the seas 2ª parte

(continuação)

A Líbia... Local estranho... Não há álcool, é proíbido, logo é mais uma desmotivação para um ocidental habituado à liberdade de beber; sim, porque o que se sente na Líbia não é o beber da cerveja ou de qualquer outra bebida, o que se sente falta é da liberdade de beber uma cerveja; de viajar em turismo para tais confins do planeta. A cerveja sem álcool não tem sequer o mesmo sabor.

Lembro-me de uma vez estar à conversa com uma colega às 3 da manhã no meu quarto e de abrir uma cerveja daquelas do mini-bar, claro está, sem álcool. A rapariga disse: "Nunca bebi uma cerveja destas... Sabe igual?" e ao qual respondi: "A mim parece-me igual" logo de seguida dá-se um lampejo na minha mente... Não me lembrava do sabor de uma cerveja com álcool!

(continua)

Across the seas

Já estive em tempos noutras terras e noutros lugares, num outro tempo não muito distante. Agrada-me viajar de avião, Gonçalo Cadilhe disse que viajar de avião não é viajar e em certo ponto tem razão, porque a viagem é o trajecto que se faz e não o destino. Mas resumindo o fio da ideia, agrada-me viajar de avião porque permite sair de uma cultura, de uma civilização, de uma sociedade e, horas depois, estar num outro sítio completamente diferente e pelo meio ficou apenas uma cabine de avião, climatizada e servidos com alguém que pelo menos fala inglês. A viagem de avião é a única coisa que permite o choque cultural, não há adaptação progressiva. Saí-se e é como o avião fosse uma nave espacial que nos transportou para um outro planeta. O choque cultural é violento, obriga a que cada sentido do nosso corpo se apure e nos faça absorver o que nos rodeia e as primeiras impressões são gravadas.

Em tempos estive em Tripoli, Líbia, terra do Líder Mohamar Al Kathafi. Porque refiro o Líder da Grande Jamahíhria (nome pelo qual a República Socialista Árabe Líbia é conhecida)? Porque fazem questão que não nos esqueçamos quem governa aquele que é o maior país de África, por todo lado existem posters e grandes outdoors com a imagem do Líder Líbio nas mais variadas posses e a promover algum dos seus feitos ao longo dos seus 39 anos de domínio. Começa assim o choque.

Não há turistas na Líbia. Grande parte do território Líbio é deserto, sendo a única parte fértil da Líbia uma estreita faixa costeira onde se situa a capital e a fronteira com a Tunísia, depois das montanhas estende-se o grandioso e maior deserto do planeta, o Sahara, terra de beduínos e de Oásis, que muitos outros países limitrofes aproveitam para explorar o que as dunas e os poucos Oásis oferecem aos turista ocidentais. Na Líbia encontram-se algumas "pérolas" raras do mundo, as ruínas. A Líbia permite não só o olhar como o tocar a uma civilização distante por dois milhares de anos, as ruínas de uma antiga cidade Romana, Leptis Magna. Existem mais remeniscências dessa era perdida por todo o país, existe em Sabratha as ruínas perdidas de um anfiteatro romano e muito pouco massacrado pelo tempo e pela mão humana. Situa-se junto a uma faixa costeira com praias de luxo, e não, não exagero, são praias de águas quentes e de areia fina.
O que não permite turistas é a fraca capacidade líbia para receber o turista. A começar pela burocracia. É sobejamente conhecida a burocracia africana. É também sobejamente conhecida a burocracia dos países árabes. Pois a Líbia reúne na sua burocracia o "melhor" dos dois mundos.

(Continua)

Just one night...

Sentimo-nos sozinhos... Daí procurar-mos os embraços e os lábios de alguém, como que o que se diz não deixar de ser um chorrilho de disparates e o que resta é uma vontade primitiva e institiva de fundir dois corpos num só. Mas tal tem consequências... A maior parte das pessoas não tem uma relação com outra porque a dada altura reconheceu a sua alma noutra pessoa mas sim porque assim diminui essa solidão tortuosa que moí e arde como uma chaga aberta e no final é a "fidelidade" apenas uma imposição social que se espera que seja cumprida. Mas seremos fieis ao que sentimos? Não passa de um laço físico parecido com os casamentos por acordo parental noutras culturas, são dois estranhos que partilham uma vida um ao lado do outro. Depois das relações sexuais sobra o desprezo ou a repulsa depois da satisfação se dissipar e a vontade institiva e animal tiver saciada. Não existe apenas nas sociedades e culturas em que o casamento não passa de um contrato tácido entre duas famílias, existe também na sociedade ocidental mas em vez de casamento formam-se apenas para satisfação do corpo porque o corpo a nós pertence.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

E então tornei-me Shiva

And so i've become Shiva, the destroyer of Worlds.

Parte da busca

Será encontrar-te parte desta minha busca incessante por não sei bem o quê? Penso que te encontrei pois reconheço-me na tua alma mas mesmo assim duvido... Será a minha mente a querer que assim seja? Ou serão os meros acasos que me confundem sinais de algo maior? Ao longo da nossa vida existem milhares de pequenos acasos que nos passam ao lado e apenas damos importância a uma mísera percentagem, serão sinais do Grande Arquitecto do Universo e da sua formidável fórmula para a vida de uma pessoa ou apenas isso, acasos , curiosidades probabilisticas?

Imortalidade

O que é uma busca incessance por não sei bem o quê? Não sei... Poucos pensam saber e esses poucos não partilham a mesma opinião. Uns dizem ser uma busca pela imortalidade mas que imortalidade é essa se ninguém vive para sempre? Será a memória colectiva a imortalidade que nos espera? Quem nos recordará?

Doi-me cá dentro

Doi-me cá dentro ao certo não sei,

Doi-me cá dentro ao certo não sei,

Doi-me o inferno da minha arte,

Doi-me o silêncio da tua carne,

Doi-me o sossego das minhas mãos,

É quente o silêncio das tuas mãos...



Dá-me um bilhete para o inferno...



In "Estou de passagem" de António Manuel Ribeiro

terça-feira, 11 de agosto de 2009

A insuportável ausência de peso

"A palavra que não for escrita está ameaçada a que desapareça, até da memória de quem o elabora".

Assim alguém o escreveu e de quem eu não me lembro. Um pensamento não tem peso. O peso que lhe dá varia de pessoa para pessoa e colectivo de indivíduos que formam uma sociedade apenas lhe dão o peso de acordo com aquilo que é vigente nessa sociedade. Fala-se em globalização mas a verdade é que o mundo não é uma aldeia global. Podemos ver uma sociedade e essa sociedade ver a nossa "admirável" sociedade ocidental como se olha para uma janela mas não compreendemos essas outras maneiras e formas de estar e viver e por isso não podemos ser uma aldeia global. A nossa forma de viver e estar no mundo é acompanhada por uma insuportável ausência de peso, peso das nossas acções e das nossas palavras. Não dizemos o que sentimos e não sentimos o que dizemos e é só nisso que somos uma aldeia global.

A busca

Andamos uma vida inteira à procura não sei bem do quê, uns dizem que é o sentido da vida, outros dizem que não tem sentido e o que é a vida são todos os prazeres mundanos. Religiões vivem dessa incerteza que acompanha o Homem desde que este deixou de se preocupar com o matar a fome (assim o dizia um dos meus professores universitários) e começou a pensar na sua razão de existir e o seu lugar no mundo e iniciou essa consciênte, angustiante busca incessante por não sei bem o quê. O que é a busca?