quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Who'll stop the rain

Long as I remember
The rain been comin' down
Clouds of myst'ry pourin'
Confusion on the ground
Good men through the ages,
Tried to find the sun
And I wonder, still I wonder,
Who'll stop the rain
I went down Virginia,
Seekin' shelter from the storm
Caught up in the fable,
I watched the tower grow
Five year plans and new deals,
Wrapped in golden chains
And I wonder, still I wonder
Who'll stop the rain
Heard the singers playin',
How we cheered for more
The crowd had rushed together
Tryin' to keep warm
Still the rain kept pourin',
Fallin' on my ears
And I wonder,
still I wonder
Who'll stop the rain.

"Who'll stop the rain" de Creedence Clearwater Revival

Pausa à Saga

Faço uma breve pausa para despejar mais um pensamento idiota.

Ando viciado em Youtube e só o uso para ouvir música, estava agora a ouvir "lay lady lay" de Bob Dylan por motivos que escapam à minha razão. Ao final de a ouvir umas dez vezes decidi ir ver se tinha a letra na descrição e vejo o comentário do autor do post no youtube.

Este é o link:

http://www.youtube.com/watch?v=VfF0uHekcc8

E este é o texto postado pelo autor:

"Will you ever give me another chance !?I LOVE you, I just cant stop that, dont ask for that!"

Só tenho a dizer o seguinte, correndo o risco de parecer cruel, OTÁRIO!!!! Porque é que desperdiçaste a hipótese e muito provávelmente a única que tiveste? As coisas boas da vida não vêm duas vezes, vêm e vão e se não as agarrares... Azar o teu... Essas coisas só ficam bem na tela do cinema.

Magnífica Saga dos Loucos da Aviação Heróica

Dou o título de "Magnífica" não por me achar um escritor suberbo, aliás nem me considero escritor, mas por serem histórias de gente que têm tanto de loucura como de real. Estas histórias aconteceram mesmo, não são histórias inventadas para entertenimento de alguém ou por meu capricho, são histórias de quem viveu um sonho, uma realidade que muitos não imaginam e outros apenas especulam. Temo perder estas hstórias espectaculares da memória. São histórias de gente que podem estar sentadas ao lado no autocarro, gente presa no trânsito ao lado do nosso carro, podem vestir-se como qualquer um de nós naquele momento mas na grande parte da sua vida vestem uma farda e com ela todas as obrigações que acompanham a farda, embora essas obrigações não desapareçam quando mudam de roupa. Por onde começar? Acho que o mais lógico será pelo príncipio.

Para mim a saga começa no ano de 2001, mês de Fevereiro e mesmo isso foi por mero acaso. Tinha concorrido à FAP para a especialidade de armamento mas por azar não havia vaga para essa especialidade na recruta de Fevereiro, havendo apenas para Maio. Não me podia dar ao luxo de esperar por Maio, tinha deixado a escola e aquela era a minha última aposta, queria uma vida diferente, queria a descuberta e Maio era longe demais, podia perder a coragem, foi assim que optei pela segunda opção, Mecânico de Material Aéreo. Como o mundo podia ser diferente hoje se não fosse esse dia em que preteri a minha primeira opção pela pressa da aventura...

Foi então que ingressei na Ota em Fevereiro de 2001.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Mais disparates

O que me leva a escrever estes disparates completos que despejo neste mundo que é a internet? Não sei e não quero saber... Gosto de dedilhar para aqui o que me vem à cabeça neste e naquele momento, de partilhar com quem quiser ler os meus devaneos, o que não digo em voz alta com medo de parecer mais um maluquinho que habita este vasto planeta... Porque é que não escrevo em inglês? Afinal é a linguagem do mundo e com ela chegaria a todos os recantos deste imenso planeta azul... Pela simples razão que penso é em português, a língua do povo que trouxe mundos ao mundo.

Faço as coisas por impulso... Só assim é que dou valor... Não sou capaz de planear alguma coisa... Se tenho uma ideia, se quero alguma coisa, atiro-me de cabeça, tem mais piada assim...

Quando vou a uma livraria não levo na ideia este ou aquele livro, vou ver... Pode acontecer ter em ideia já algum livro e só se o ver e se me lembrar no momento é que pergunto por ele... Também não compro um só livro, que amante de livros seria eu se me deslumbrasse por um só livro?

Ainda ontem fui à FNAC. Não levava na ideia comprar seja o que fosse, queria apenas ver que músicas havia para lá... Comprei um CD por 23€ porque tinha uma música que queria ouvir, uma só... Just like heaven dos The Cure. Não tem nada de raro esta música, o meu irmão até tem Cd's de The Cure com essa mesma música mas o impulso fez-me comprá-lo e ouvir essa mesma música vezes sem conta... Até agora, enquanto escrevo já a ouvi talvez umas dez ou mais vezes...

Deixo o link:

http://www.youtube.com/watch?v=y5StFADI9NM&feature=channel

Tal vez procure uma cura para aquilo que sou...

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Canção do engate

Hoje ando numa de António Variações. Oiço as músicas dele e transponho algumas letras para aqui. Estava a ouvir no youtube a "canção do engate" e aproveito para ler os comentários e assim me inspirar nos pensamentos que outros tiveram a ouvir o mesmo artista que viveu fora do seu tempo, o mesmo que eu oiço.

http://www.youtube.com/watch?v=bzhLamrxacE&feature=related

Deixo o link.

Abaixo encontram o seguinte comentário:

"esta música faz m pensar em ti! tou apaixonada... não tenhas medo... arrisca! só assim podemos ser felizes, Certo?às vezes deixas m à nora... este jogo do toca e foje deixa m ceguinha. JÁ CHEGA!!!"

O quanto invejo a autora deste comentário... Grita o que a sua paixão torna insuportável de aguentar e a sua mente rende ao mais belo dos sentimentos... Invejo a coragem de gritar. Eu não grito... Arrepia-me o mandarem-me calar...
Só eu sei que sou terra
terra agreste por lavrar
silvestre monte maninho
amora fruto sem tratar

Só eu sei que sou pedra
sou pedra dura de talhar
sou joga pedrada em aro
calhau sem forma de engastar

A cotação é o que quiserem dar
não tenho jeito para regatear
também não sei se eu a quero aumentar
porque eu não sei

Porque eu não sei se me quero polir
também não sei se me quero limar
também não sei se quero fugir
deste animal
que anda a procurar

Só eu sei que sou erva
erva daninha a alastrar
joio trovisco ameaça
das ervas doces de enjoar

Só eu sei que sou barro
difícil de se moldar
argila com cimento e saibro
nem qualquer sabe trabalhar

Em moldes feitos não me sei criar
Em formas feitas podem-se quebrar
também não sei se me quero formar
porque eu não sei

Porque eu não sei se me quero polir
também não sei se me quero limar
também não sei se quero fugir
deste animal
que anda a procurar

"Erva daninha a alastrar" de António Variações

(assim, subitamente, soa-me familiar... será inspiração ou coincidência? Será preocupação a mais ou falta de originalidade? Não sei e não quero saber. A culpa é desta vontade cravada de te abraçar, de te sentir... De não te deixar ir! Sou como a erva daninha: não tenho forma, ou polimento, não tenho caminho, nem impedimento...)

Sempre Ausente

Diz-me que solidão é essaQue te põe a falar sozinho
Diz-me que conversaEstás a ter contigo
Diz-me que desprezo é esse
Que não olhas para quem quer que seja
Ou pensas que não existes
Ninguém que te veja
Que viagem é essa
Que te diriges em todos os sentidos
Andas em busca dos sonhos perdidos
Uhhhhh...Uhhhhh...
Lá vai uma luz
Lá vai o demente
Lá vai ele a passar
Assim te chama toda essa gente
Mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar
Diz-me que loucura é essa
Que te veste de fantasia
Diz-me que te libertaQue vida fazias
Diz-me que distância é essa
Que levas no teu olhar
Que ânsia e que pressa
Tu queres alcançar
Que viagem é essa
Que te diriges em todos os sentidos
Andas em busca dos sonhos perdidos
Uhhhhh...Uhhhhh...
Lá vai uma luz
Lá vai o demente
Lá vai ele a passar
Assim te chama toda essa gente
Mas tu estás sempre ausente e não te conseguem alcançar
Mas eu estou sempre ausente e não conseguem alcançar
Não conseguem alcançar

"Sempre ausente" de António Variações

Loucura

Quem é louco? O louco ou aquele que o segue?

Cada ser humano é um universo em si. Cada sorriso, cada lágrima derramada, cada sonho, cada olhar, cada frase proferida fazem de cada um de nós diferente. Uma canção de António Variações, com o título "Sempre ausente", dizia: "Andas em busca dos sonhos perdidos". Esta é a saga que cada ser humano persegue desde o dia em que nasce, a busca por algo, a busca por não sei bem o quê. Como disse num post passado: "Estás aqui para ser feliz".

Ser louco liberta, liberta de de preconceitos e de ideias feitas e do que os outros esperam de nós porque não existe forma mais cruel de opressão que essa. Espera-se que se aja de uma forma, que se fale de uma forma, que se alinhe naquilo que outros pensaram por nós. Eu penso como quero, ajo como quero, falo como quero e apenas me limito aos meus príncipios, que são o que me definem e não sou o que os outros pensam de mim.

Se isto é ser ser louco, não quero ser são.

sábado, 15 de agosto de 2009

Dúvidas

Porque será que preferimos a dúvida? A dúvida permite o sonho, o irreal, deixa o cérebro e o espírito deambular pelo que pode ser ao contrário da triste, fria e crua realidade do "sim" e do "não". A dúvida é sombra que deixa adivinhar contornos mas não a imagem real enquanto o "sim" e o "não" definem algo para todo o sempre.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Across the seas 4ª parte

(continuação)

O que me leva a escrever o que recordo da Líbia? O que tem uma história de um período perdido no tempo e no espaço e na memória de poucos a ver com uma busca incessante por não sei bem o quê? Saladino quando conquistou Jerusálem aos Cristãos perguntaram-lhe o que valia Jerusálem, ele respondeu "nada" e continuou o seu caminho, a meio caminho voltou-se para trás e diz "tudo!". Tal como Saladino respondeu quando lhe perguntaram o que valia Jerusálem, eu respondo em relação ao que aqui é dito: "nada" "e tudo!".
A Líbia é parte do percurso em busca de algo, não por escolha mas por imposição, tal como a maior parte dos episódios que marcam uma vida não serem escolhidos nem desejados. Nada é como queremos.

Estive hospedado num hotel no centro de Tripoli, um hotel mediano e que suprimia as necessidades de quem se desloca em trabalho. Na vizinhança morava um senhor de idade que dava pelo nome de Masoud, senhor de uns 70 anos bem vividos e sofridos que nos dias de hoje gozava da sua reforma. Era um dos poucos Líbios com um domínio do inglês muito pouco usual por aquelas bandas, ainda para mais tendo atenção à sua idade. Passava horas à conversa com o senhor Masoud. Falávamos de Kathafi, aliás foi o único Líbio que conheci que se referia a Kathafi pelo nome, sempre com o prefixo "Mister", todos os outros referiam-se a Kathafi com líder. Foi o sr. Masoud que me arranjou uma cópia em inglês da sua doutrina, o livro conhecido como "Livro Verde". Pelas suas palavras compreendi que nem a Líbia escapa aos ventos da mudança, desabafava que a juventude líbia se desvirtuava, que já não seguiam os preceitos islâmicos da mesma forma como Kathafi tinha idealizado para o seu país, que a influência do ocidente era cada vez mais notória e que exigiam os "luxos" do ocidente para eles. Não o dizia com raiva nem frustração mas sim com o conformismo e resignação de quem já nada pode fazer e que deu conta que o seu tempo passou.
Tentava não discutir religião, talvez por ser um agnóstico confesso e não ofender o senhor que mostrava já grande abertura de espírito para discutir política, aliás, é-me mais fácil falar de assuntos dos Homens do que assuntos de uma ordem que fogem do que é racional e pragmático.
Apesar disso falámos da tradição do Ramadão, o que se faz e qual o objectivo do jejum. O Islão, ou Al Islaam, assenta em 5 pilares, um deles é o da caridade e o objectivo do Ramadão é, além de purgar o corpo de tudo o que é nefasto ao Homem, é, com o seu jejum e sede que praticam durante um mês do nascer ao pôr-do-sol, lembrar aqueles que durante todo o ano jejuam por não terem de comer.

Em suma, o que de mais importante aprendi com o senhor agraciado com a sabedoria da idade foi que o que uma família líbia deseja para os filhos aquilo que qualquer outra família em qualquer outra parte deste vasto mundo deseja... Como dizia o anúncio da Coca-Cola "estás aqui para ser feliz".

(Continua)

Across the seas 3ª parte

(continuação)

Líbia, não há álcool, não há uma discoteca, mesmo que venda só suminho, não há um bar nem um café em que um jovem de 27 anos lave as vistas a apreciar o que de mais belo existe no mundo, o corpo de uma Mulher... As Mulheres na Líbia não frequentam cafés. O café é um direito exclusivo dos homens assim como muitas outras coisas que numa sociedade ocidental nem os mais misóginos se lembram de pôr em causa mas por incrível que pareça as Mulheres conduzem. É difícil perceber a cultura Líbia para com as mulheres. No Livro Verde, escrito pelo próprio Kathafi como sendo a "bíblia" (desculpem a comparação!) política do regime Líbio, a Mulher tem o mesmo lugar na sociedade que o Homem e o seu corpo da guarda pessoal e constituído somente por mulhes mas a pressão da religião vence e o preconceito instala-se. Recordo-me até que foi lá que conheci a assistente de bordo mais bonita da minha companhia e que parava literalmente, parava o corpo e o pensamento, a olhar para ela até ela perguntar "o que foi?", arrancando-me do meu estado de contemplação.

Mas a Líbia inspira na sua rotina e calmia doentía um clima proprício à aproximação das pessoas e dos corpos. Tornei-me próximo de uma mulher na Líbia e não, não era a mesma que contlemplava como quem contlempa um quadro ou uma escultura. Ela era e acho que continua, junta com um outro homem e eu sabia disso. Tudo começou com uma naturalidade como se o que tivesse de acontecer estivesse destinado. Ela sentia-se só e eu também e então algo se tomou de nós e nesse momento deixou de existir outras pessoas, havia apenas os dois. Começou tudo ao contrário... Fomos amantes antes de nos conhecer-mos e ficámos amigos quando a realidade da vida se mostrou com a sua grandiosa dureza a quando de volta à Pátria Mãe. Nessa altura o que era na Líbia desapareceu para dar lugar ao que é cá, ainda tentámos enganar a realidade com "injecções" de ilusão mas não havia nada para salvar aquilo que tinha já morte anunciada à nascença. Não me arrependo... E até recordo com, não com saudade mas com um sorriso na cara, os bons tempos que partilhámos juntos.

(continua)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Across the seas 2ª parte

(continuação)

A Líbia... Local estranho... Não há álcool, é proíbido, logo é mais uma desmotivação para um ocidental habituado à liberdade de beber; sim, porque o que se sente na Líbia não é o beber da cerveja ou de qualquer outra bebida, o que se sente falta é da liberdade de beber uma cerveja; de viajar em turismo para tais confins do planeta. A cerveja sem álcool não tem sequer o mesmo sabor.

Lembro-me de uma vez estar à conversa com uma colega às 3 da manhã no meu quarto e de abrir uma cerveja daquelas do mini-bar, claro está, sem álcool. A rapariga disse: "Nunca bebi uma cerveja destas... Sabe igual?" e ao qual respondi: "A mim parece-me igual" logo de seguida dá-se um lampejo na minha mente... Não me lembrava do sabor de uma cerveja com álcool!

(continua)

Across the seas

Já estive em tempos noutras terras e noutros lugares, num outro tempo não muito distante. Agrada-me viajar de avião, Gonçalo Cadilhe disse que viajar de avião não é viajar e em certo ponto tem razão, porque a viagem é o trajecto que se faz e não o destino. Mas resumindo o fio da ideia, agrada-me viajar de avião porque permite sair de uma cultura, de uma civilização, de uma sociedade e, horas depois, estar num outro sítio completamente diferente e pelo meio ficou apenas uma cabine de avião, climatizada e servidos com alguém que pelo menos fala inglês. A viagem de avião é a única coisa que permite o choque cultural, não há adaptação progressiva. Saí-se e é como o avião fosse uma nave espacial que nos transportou para um outro planeta. O choque cultural é violento, obriga a que cada sentido do nosso corpo se apure e nos faça absorver o que nos rodeia e as primeiras impressões são gravadas.

Em tempos estive em Tripoli, Líbia, terra do Líder Mohamar Al Kathafi. Porque refiro o Líder da Grande Jamahíhria (nome pelo qual a República Socialista Árabe Líbia é conhecida)? Porque fazem questão que não nos esqueçamos quem governa aquele que é o maior país de África, por todo lado existem posters e grandes outdoors com a imagem do Líder Líbio nas mais variadas posses e a promover algum dos seus feitos ao longo dos seus 39 anos de domínio. Começa assim o choque.

Não há turistas na Líbia. Grande parte do território Líbio é deserto, sendo a única parte fértil da Líbia uma estreita faixa costeira onde se situa a capital e a fronteira com a Tunísia, depois das montanhas estende-se o grandioso e maior deserto do planeta, o Sahara, terra de beduínos e de Oásis, que muitos outros países limitrofes aproveitam para explorar o que as dunas e os poucos Oásis oferecem aos turista ocidentais. Na Líbia encontram-se algumas "pérolas" raras do mundo, as ruínas. A Líbia permite não só o olhar como o tocar a uma civilização distante por dois milhares de anos, as ruínas de uma antiga cidade Romana, Leptis Magna. Existem mais remeniscências dessa era perdida por todo o país, existe em Sabratha as ruínas perdidas de um anfiteatro romano e muito pouco massacrado pelo tempo e pela mão humana. Situa-se junto a uma faixa costeira com praias de luxo, e não, não exagero, são praias de águas quentes e de areia fina.
O que não permite turistas é a fraca capacidade líbia para receber o turista. A começar pela burocracia. É sobejamente conhecida a burocracia africana. É também sobejamente conhecida a burocracia dos países árabes. Pois a Líbia reúne na sua burocracia o "melhor" dos dois mundos.

(Continua)

Just one night...

Sentimo-nos sozinhos... Daí procurar-mos os embraços e os lábios de alguém, como que o que se diz não deixar de ser um chorrilho de disparates e o que resta é uma vontade primitiva e institiva de fundir dois corpos num só. Mas tal tem consequências... A maior parte das pessoas não tem uma relação com outra porque a dada altura reconheceu a sua alma noutra pessoa mas sim porque assim diminui essa solidão tortuosa que moí e arde como uma chaga aberta e no final é a "fidelidade" apenas uma imposição social que se espera que seja cumprida. Mas seremos fieis ao que sentimos? Não passa de um laço físico parecido com os casamentos por acordo parental noutras culturas, são dois estranhos que partilham uma vida um ao lado do outro. Depois das relações sexuais sobra o desprezo ou a repulsa depois da satisfação se dissipar e a vontade institiva e animal tiver saciada. Não existe apenas nas sociedades e culturas em que o casamento não passa de um contrato tácido entre duas famílias, existe também na sociedade ocidental mas em vez de casamento formam-se apenas para satisfação do corpo porque o corpo a nós pertence.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

E então tornei-me Shiva

And so i've become Shiva, the destroyer of Worlds.

Parte da busca

Será encontrar-te parte desta minha busca incessante por não sei bem o quê? Penso que te encontrei pois reconheço-me na tua alma mas mesmo assim duvido... Será a minha mente a querer que assim seja? Ou serão os meros acasos que me confundem sinais de algo maior? Ao longo da nossa vida existem milhares de pequenos acasos que nos passam ao lado e apenas damos importância a uma mísera percentagem, serão sinais do Grande Arquitecto do Universo e da sua formidável fórmula para a vida de uma pessoa ou apenas isso, acasos , curiosidades probabilisticas?

Imortalidade

O que é uma busca incessance por não sei bem o quê? Não sei... Poucos pensam saber e esses poucos não partilham a mesma opinião. Uns dizem ser uma busca pela imortalidade mas que imortalidade é essa se ninguém vive para sempre? Será a memória colectiva a imortalidade que nos espera? Quem nos recordará?

Doi-me cá dentro

Doi-me cá dentro ao certo não sei,

Doi-me cá dentro ao certo não sei,

Doi-me o inferno da minha arte,

Doi-me o silêncio da tua carne,

Doi-me o sossego das minhas mãos,

É quente o silêncio das tuas mãos...



Dá-me um bilhete para o inferno...



In "Estou de passagem" de António Manuel Ribeiro

terça-feira, 11 de agosto de 2009

A insuportável ausência de peso

"A palavra que não for escrita está ameaçada a que desapareça, até da memória de quem o elabora".

Assim alguém o escreveu e de quem eu não me lembro. Um pensamento não tem peso. O peso que lhe dá varia de pessoa para pessoa e colectivo de indivíduos que formam uma sociedade apenas lhe dão o peso de acordo com aquilo que é vigente nessa sociedade. Fala-se em globalização mas a verdade é que o mundo não é uma aldeia global. Podemos ver uma sociedade e essa sociedade ver a nossa "admirável" sociedade ocidental como se olha para uma janela mas não compreendemos essas outras maneiras e formas de estar e viver e por isso não podemos ser uma aldeia global. A nossa forma de viver e estar no mundo é acompanhada por uma insuportável ausência de peso, peso das nossas acções e das nossas palavras. Não dizemos o que sentimos e não sentimos o que dizemos e é só nisso que somos uma aldeia global.

A busca

Andamos uma vida inteira à procura não sei bem do quê, uns dizem que é o sentido da vida, outros dizem que não tem sentido e o que é a vida são todos os prazeres mundanos. Religiões vivem dessa incerteza que acompanha o Homem desde que este deixou de se preocupar com o matar a fome (assim o dizia um dos meus professores universitários) e começou a pensar na sua razão de existir e o seu lugar no mundo e iniciou essa consciênte, angustiante busca incessante por não sei bem o quê. O que é a busca?