segunda-feira, 7 de setembro de 2009

"Nunca disseste que gostavas de alguém?" perguntou o pequeno construtor de castelos de areia.
- Já... Mas saí sempre com o coração ainda mais em cacos... Por isso deixei de o dizer...
- E nunca to disseram?
- Já... Eu é que nunca acreditei... E quando acreditei foi quando também o disse pela última vez...
- E foste feliz?
- Fui... Até ao momento em que tudo acabou... Nessa altura percebi que tudo não passou de uma miragem no deserto... Eu via aquilo que queria ver e que queria acreditar.
- Mas gostaste?
- Gostei...
- Já não gostas?
- Tento não gostar de ninguém... Assim não me magoo..
- E consegues?
- Não...
- E já tentaste dizê-lo?
- Não... Nem vou!
- Achas que assim és feliz?
- Não.. Mas também não sofro.
- Sofrer faz parte da vida... és medroso. És um cobarde?
- Devo ser... Mas tenho medo de perder o pouco que tenho. Um bocado de mim ainda treme de paixão, atrás de uma porta onde mora alguém que não eu e onde eu nunca morei...
- Porque é que te agarras ao pouco? E não arriscas?
- Sou medroso, sou um cobarde.

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