terça-feira, 24 de agosto de 2010

Epifânia

O mundo é estranho, existem demasiadas variaveis a ter em conta, os porquês deixam de fazer sentido logo após de colocada a pergunta. Hoje veio-me à memória umas das mais belas imagens que guardo, não uma pessoa, porque essa imagem não dá descanso, mas sim a imagem de um avião a descolar no longínquo ano de 2002 em Monte Real ao pôr-do-sol, o sol iluminava o céu mesmo acima da copa das árvores, inundando-o com as cores do fogo e enegrecendo as árvores que umas horas antes preenchiam o horizonte de verde. Abaixo dessa linha muito sumidamente se via a pista de cimento cinza claro riscado com as marcas dos pneus e ao longo dela duas linhas pontilhadas de luz, ouve-se um sumbido e quem sabia consegue adivinhar o barulho de um F100PW220E, ao longe umas outras luzes, umas acendem e apagam constantes e outras não. Em segundos, o zumbido transforma-se em rugido e ao longe descortina-se um cone de luz em chamas com 3 aneis, e então o avião eleva-se acima das copas das árvores outrora verdes e mais nada capta a atenção e vê-se as cores do pôr-do-sol reflectidas no símbolo do nosso trabalho, enchendo a alma com um sentimento incompreendido por nós mesmos e assim alimentando o espírito.

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